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domingo, 29 de maio de 2011

MULHERES NÃO ACEITEM FLORES

Semana passada recebi pelo blog o contato de uma irmã, e fiquei bastante sensibilizado, trata-se de uma situação delicadíssima. Diversas vezes comecei a rascunhar a resposta e parei, pois, não sabia a melhor maneira de tratar o assunto, que exigia muita maturidade e muita caridade, para não machucar ainda mais a alma já tão sofrida.

Diferente das outras vezes em que respondi aos leitores do blog, desta vez não publicarei aqui o contato da irmã e nem a minha resposta, pois, o assunto envolve algo muito pessoal, expor detalhes sobre o caso pode servir para que os mais próximos identifiquem a nossa irmã.

Mas o contato desta irmã me serviu de inspiração, decidi elaborar uma série de postagens para tratar da violência doméstica do ponto de vista informativo e também bíblico, esta é a primeira das postagens.

A violência está presente em toda a parte, acontece a todo instante, em todas as classes sociais, nas mais variadas formas, e é velada ou explicita, tanto é que todos os dias abrimos o jornal e nos deparamos com infinitos relatos sobre a violência cotidiana.

A violência doméstica que vítima a mulher no Brasil é alarmante, segundo a Fundação Perseu Abramo, a cada 7 segundos uma mulher é agredida dentro da sua própria casa, e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 70% das vitimas de assassinato do sexo feminino foram mortas pelos seus próprios maridos.

A violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência física de mulheres com idade entre 16 e 44 anos, mata muito mais do que o câncer e acidentes de transito.

Segundo a UNIFEM (2007), 30% das mulheres brasileiras com mais de 15 anos já sofreram algum tipo de violência extrema.

Infelizmente, o nosso Brasil que ocupa os últimos lugares no ranking da qualidade da educação, é o país que ocupa o primeiro lugar no ranking mundial da violência doméstica.

E a violência doméstica ocorre em grande escala, segundo dados do IBOPE (2006), 51% da população brasileira afirmam conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida pelo seu companheiro, 33% das mulheres brasileiras disseram ao IBOPE que na atualidade que a violência contra as mulheres é a sua maior preocupação.

O que mais preocupa é que como a violência doméstica nem sempre é denunciada os números são ainda maiores.

A violência contra a mulher é um fenômeno universal, e atinge mulheres de todas as classes sociais, etnias, culturas e religiões, inclusive, a Casa Isabel, que é um Centro de Apoio às Mulheres Vitimas da Violência na Grande São Paulo, afirma que 90% das mulheres atendidas pela instituição são mulheres evangélicas, em sua maioria fiéis de igrejas pentecostais.

Violência contra a mulher é uma expres¬são usada para se referir à violação dos di¬reitos humanos das mulheres. Consiste no uso da força física, psicológica ou intelectual para obrigar a mulher a fazer algo que não é de sua vontade, tolhendo a liberdade, inco¬modando e impedindo a vítima de manifes-tar seu desejo, sob pena de ser gravemente ameaçada ou até mesmo espancada, lesio¬nada ou morta.

Como eu disse já no inicio deste texto, a violência doméstica contra mulheres, acontece nas mais variadas formas, vejamos quais são:

  • VIOLENCIA FÍSICA: ocorre quando a integridade física e a saúde da vitima fica comprometida por conta de uma agressão.

  • VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: ocorre quando as ações do agressor causem a diminuição da auto-estima da vitima, ou tenha o objetivo de controlar, humilhar, constranger, manipular, isolar, vigiar, ofender e assim causem danos psicológicos.

  • VIOLÊNCIA SEXUAL: ocorre quando o agressor obriga a vitima a presenciar ou manter relações sexuais contra sua vontade mediante o emprego da força ou coação, bem como, explore comercialmente a sexualidade, impeça o uso de métodos contraceptivos (previnam a gravidez) ou obriguem a vitima a abortar uma gravidez.

  • VIOLÊNCIA MORAL: ocorre quando o agressor calunia (espalha mentiras), difama (espalha informações pessoais que geram descrédito ao difamado) ou injuria (ofenda a honra) a vitima.

  • VIOLÊNCIA PATRIMONIAL: ocorre quando o agressor retém, subtrai, destrói objetos, documentos, bens, valores da vitima, dificultando a satisfação de necessidades básicas para sobrevivência.

Em 22 de setembro de 2006, entrou em vigor em todo o território nacional a Lei Nº 11.340, co¬nhecida como Lei Maria da Penha, que es¬tabeleceu novos mecanismos para coerção e prevenção da violência familiar e domés¬tica contra a mulher, tais como: a prisão em flagrante; a decretação da prisão preventiva quando houver riscos à integridade física, psicológica ou patrimonial da mulher, entre outros. Os agressores, agora, poderão per-manecer presos por até três anos. Esta lei também prevê atendimento policial especializado para as vitimas, em delegacias de atendimento exclusivo à mulher, bem como, apoio e encaminhamento das vítimas para instituições de apoio às vitimas.

Não é fácil para as mulheres vitimas da violência denunciarem seus agressores, que geralmente são seus companheiros e pais de seus filhos, mas diferente do passado, hoje a mulher que é vitima da violência tem o apoio da própria família, da sociedade, dos governos, da polícia e instituições de apoio, portanto, deixar de ser vítima está nas mãos da própria vítima, basta denunciar os agressores.

Às mulheres vítimas da violência que estão lendo este artigo, espero que não queiram receber flores. O autor do texto abaixo é desconhecido, mas é muito precioso para nos induzir a reflexão.


RECEBI FLORES HOJE (Autor Desconhecido)

Não é meu aniversário ou nenhum outro dia especial.

Tivemos nosso primeiro desgosto noite passada e ele me disse muitas coisas cruéis que, na verdade, me ofenderam, mas eu sei que ele está arrependido e não falou sério, porque me mandou flores hoje.

Não é nosso aniversário ou nenhum outro dia especial.

Noite passada ele me jogou contra a parede e começou a enforcar-me. Parecia um pesadelo, mas nos pesadelos nós acordamos e sabemos que não é real.

Levantei esta manhã dolorida, com dores por todos os lados, mas eu sei que ele está arrependido, porque me mandou flores hoje.

E não é algum dia santo ou nenhum outro dia especial.

A noite passada ele me bateu novamente e ameaçou matar-me. Nem a maquiagem ou a blusa com mangas compridas podia esnconder os cortes e golpes que me ocasionou desta vez. Não pude ir ao trabalho hoje, porque não queria que me vissem ou percebessem alguma coisa, mas eu sei que ele está arrependido, porque me mandou flores hoje.

E Não era o Dia das Mães ou nenhum outro dia... a noite passada ele voltou a me bater, mas desta vez foi muito pior.

Se conseguir deixá-lo o que vou fazer? Como eu sozinha poderia me separar diante das crianças? O que acontecerá se nos faltar dinheiro?

Tenho tanto medo! Dependo tanto dele, temo deixá-lo. Mas sei que ele está arrependido, porque me mandou flores hoje.

Hoje é um dia muito especial. É o dia do meu funeral. A noite passada por fim conseguiu matar-me. Bateu-me até à morte.

Se pelo menos... se eu tivesse me valorizado.... tivesse tido a força de deixá-lo...

Se tivesse buscado e recebido ajuda... hoje não haveria rece¬bido flores!
 
 
POST BLOG DO MÁRIO

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